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terça-feira, 20 de outubro de 2015

NÚCLEO DE ARTE GRANDE OTELO NA PLATAFORMA PRISMA E NO SEMINÁRIO INTERVALO - MIDIA-EDUCAÇÃO EM DEBATE - OFICINA DE ANIMAÇÃO - Profª Imaculada Conceição


 Seminário Intervalo:  Mídia-Educação em Debate, realizado pelo Instituto Desiderata em parceria com a SME-RJ e apoio do Arquivo Nacional, dia 23/06/2015, onde professores da rede, que atuam na Educação na Zona Norte da Cidade, apresentaram seus trabalhos publicados na Edição "Prisma Zona Norte", da Plataforma Prisma (http://www.plataformaprisma.org.br/)


 VÍDEO QUE A PROFESSORA IMACULADA APRESENTOU NO SEMINÁRIO
"POR QUE PARTICIPAR DO NÚCLEO DE ARTE?"
Depoimentos dos alunos Alex, Isabelle, Caroline, Monique, Dandara, Juliana, Lucas, e fragmentos de animações realizadas na Oficina "Animação Trash", do Núcleo de Arte Grande Otelo, espaço de extensividade educacional da SME-RJ/6ª CRE, coordenação Profa Imaculada Conceição. Veja o texto que a Profª Imaculada apresentou sobre o "Centro de Formação em Arte e Esporte" no fim desta postagem

 Profª Imaculada apresentando seu artigo : "Centro de Formação em Arte e Esporte: Arte, experimentação, território e educação integral" (veja no fim da postagem)


Professores da rede SME-RJ

Mônica Fantim (UFSC) e Simone Monteiro (Gerente de Mídia-educação da SME)

“Na sociedade da informação, a mídia-educação torna-se ou pode tornar-se educação e, nessa perspectiva, a mídia-educação não seria apenas um campo de estudo e intervenção, mas uma postura midia-educativa que seria patrimônio de cada professor e educador” [...] "o conceito de mídia-educação deve considerar a centralidade que as novas mídias e tecnologias ocupam na vida contemporânea bem como os novos desafios teórico-metodológicos que têm sido colocados à mídia-educação"[...] Qual seria o papel da educação na relação com a mídia ? "Considerando que não existe educação sem comunicação, o papel da educação ou da mídia-educação seria tanto o de propiciar às crianças, aos jovens e aos professores o que se tem denominado alfabetização ou letramento midiático visando não apenas o domínio técnico e instrumental dos códigos dos meios, mas a formação de uma consciência da condição de “estar alfabetizado” nessas linguagens. Isso implica também a possibilidade de um pensamento crítico que permita aos sujeitos avaliar ética e esteticamente os conteúdos midiáticos de forma a construir um pensamento autônomo, mas também colaborativo, que, por sua vez, implica a capacidade de se expressar mídia-educativamente. O papel da educação configura-se como um instrumento educativo que visa à construção de competências de professores a trabalhar pedagogicamente com as mídias, tecnologias e suas múltiplas linguagens em contextos formais e não formais". Monica Fantin, em "Mídia e Educação em Debate", entrevista na Revista PontocComhttp://www.revistapontocom.org.br/entrevistas/midiaeducacao-em-debate-5(*)

Professores da rede SME-RJ

 Joana Milliet, do Instituto Desiderata, apresentando a proposta da Plataforma Prisma



Alguns dos professores da rede que participaram do Seminário Intervalo com Mariana Abbade (à direita da foto), do Instituto Desiderata


No intervalo do Seminário Intervalo, Profª Imaculada com Joana Milliet e Camila  Rodrigues(Instituto Desiderata/ProjetoIntervalo-Prisma), Simone Monteiro (Gerência de Mídia-Educação-SME-RJ)

A seguir, o artigo da Profª Imaculada que se encontra na Plataforma Prisma : http://www.plataformaprisma.org.br/zona-norte/centro-de-pesquisa-e-formacao-em-arte-e-esporte/

Centro de Pesquisa e Formação em Arte e Esporte: Arte, experimentação, território e educação integral 


A arte é exercício experimental da liberdade, disse Mario Pedrosa(1). Porém, ao trabalharmos arte na escola de ensino fundamental regular, nem sempre essa liberdade, de que fala Pedrosa, é uma prática plenamente realizável. Não apenas porque temos um currículo e um planejamento a “cumprir”, como também porque os espaços/tempo, as “disciplinas”, o material e as tecnologias disponíveis nem sempre favorecem o exercício da liberdade necessário à atividade artística. Ainda assim, é possível realizar um trabalho a partir exatamente desses “limites”? Sim, pois o que limita nossos corpos, nosso tempo, nosso espaço de atuação, nosso acesso à materialidade de um suporte não precisa limitar nosso pensamento, nossa capacidade crítica de visão e de criação. Um trabalho de arte ainda como ideia (pensamento, proposta, projeto) é um trabalho de arte em potência. Quando o artista “realiza” a proposta, ele “materializa” o trabalho de arte (mesmo na arte efêmera ou conceitual, essa materialização é passível de ocorrer por meio dos registros – escritos, fotográficos etc.). 

Na rede de educação municipal do Rio de Janeiro, temos um espaço que privilegia o fazer e o pensar artístico como uma extensão da escola, da vida e das territorialidades da cidade. Esses espaços são os Núcleos de Arte, nascidos em 1992-1993 (portanto, há mais de 20 anos), e que fazem parte das Unidades de Extensão Educacional da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME-RJ). 

Esses espaços têm como objetivo desenvolver, difundir e aplicar metodologias inovadoras no ensino da arte e da educação física para a rede pública municipal de educação, garantindo, assim, a integralidade do ensino para alunos que frequentam as escolas regulares de horário parcial e que, a meu ver, poderiam ser integrados também às propostas das escolas de horário integral. 

Os Núcleos de Arte têm um planejamento específico para cada espaço de extensão, ao mesmo tempo conectados com as propostas das Extensividades educacionais da SME-RJ e das Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) em que estão inseridas. Essa autonomia com relação aos currículos e planejamentos das escolas regulares é o que possibilita trabalhar as propostas de arte como “exercício experimental da liberdade”, sendo, do ponto de vista metodológico do ensino da arte, espaços de experimentação, pesquisa e estudos tanto para os professores como para os alunos que frequentam as oficinas dos Núcleos, atuais Centros de Pesquisa e Formação em Arte e Esporte, desde a Resolução SME n.º 1.222 de 16 de janeiro de 2013 (D.O.17/01/2013). 

Observei, nesses meus 30 anos de trabalho na rede carioca de ensino público, que muitos de meus alunos traziam ideias que surgiram em outros espaços, até mesmo nos espaços de suas aulas de artes dentro da grade da escola regular. Ideias, propostas que (“arte em potência”) eles não tinham como desenvolver plenamente naqueles espaços e, no Núcleo de Arte, encontravam território favorável para sua realização e pesquisas das possibilidades: 

Na escola regular obrigatória, geralmente, não é possível o oferecimento de todas as linguagens artísticas por impossibilidade administrativa de lotação de profissionais, enquanto nos Núcleos de Arte, são oferecidas as diferentes linguagens e elaborados projetos integrando-as. Alunos e professores se enriquecem com essa possibilidade das diferentes linguagens em contato em um mesmo espaço e projeto pedagógico: […] Desde o projeto inicial, estava previsto que os Núcleos de Arte se transformassem em referência para o ensino de arte na Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro. Essa referência se daria através de acervo bibliográfico, audiovisual e sonoro específico, configurando bibliotecas regionais de arte, bem como de constituir fóruns de discussão sobre ensino de arte, estabelecendo vínculos entre os professores dos Núcleos de Arte e os demais professores da Rede Municipal” (WILMER, 2008) 

Podemos dizer também que os Núcleos de Arte estão dentro da proposta do Ministério da Educação de uma Educação Integral, entendendo que a educação integral “é a busca da formação nas suas multidimensões: psicológica, afetiva e política, entre outras possíveis. É possibilitar que os alunos tenham acesso a condições que jamais teriam se permanecessem voltados apenas para o currículo tradicional” (JARETA, 2014). 

Afinal, como conciliar arte e escola? “O ensino se ocupa da regra, a arte deve ocupar o lugar de exceção” Assim, como “manter a tensão dessa contradição entre instituição e alteridade”? (BERGALA, 2008)

 Adriana Fresquet mantém a questão: “Será esta uma nova possibilidade de pensar também a própria escola como lugar da criação, do surgimento do novo, do desvio para novos começos?” (FRESQUET, 2013).

Como conciliar o inconciliável?

Os espaços de extensão educacional – como os Núcleos de Arte – abrem para essa possibilidade por estar entre a escola e os demais territórios de aprendizagem: a comunidade, os pontos de cultura, os centros culturais, os museus, os cinemas e demais espaços da cidade onde a escola e os alunos habitam! 

REFERÊNCIAS:
* BERGALA, Alain. A Hipótese-Cinema – Pequeno Tratado de Transmissão do Cinema Dentro e Fora da Escola. Coleção Cinema e Educação, CINEAD-LISE-FE/UFRJ, RJ: 2008. 
* FRESQUET, Adriana. Cinema e Educação – Reflexões e experiências com professores e estudantes de educação básica, dentro e “fora” da escola. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. 
* JARETA, Daniel. Ensino Fundamental. Mais tempo pra que? agosto/2011.  http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/156/mais-tempo-para-que-234746-1.asp Acesso: 22/05/2014. 
* WILMER, Renata. Programa de Extensão Educacional Núcleo de Arte, da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro: Luxo ou Necessidade? EBAUFRJ, 2008. Acesso online em 14/05/2015: http://www.ppgartes.uerj.br/seminario/2sp_artigos/renata_wilner.pdf

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(1) No Portal Prisma/Intervalo não consta a referência de onde tirei a citação que se refere ao crítico de Artes Mario Pedrosa. Aqui vai a referência: HERKENHOFF, Paulo in Brasil/Brasis, Catálogo Caminhos do Contemporâneo, Paço Imperial, Rio de janeiro, junho-outubro de 2002.
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(*) FANTIN, M. (entrevista concedida à TAVARES, M). "Mídia e Educação em Debate": Revista PontoCon, 17/05/2015 (acesso em 23/05/2015): http://www.revistapontocom.org.br/entrevistas/midiaeducacao-em-debate-5


Seminário Intervalo realizado pelo Instituto Desiderata em parceria com a SME-RJ e apoio do Arquivo Nacional.
Fotos: Renato Mangolin (Intervalo) e Imaculada Conceição M. Marins
Postagem Imaculada Conceição Manhães Marins

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