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domingo, 28 de fevereiro de 2010

SOBRE AS OFICINAS DE MÚSICA...

*
A MÚSICA NA EDUCAÇÃO




"Não basta saber tocar sonatas de Beethoven ou rapsódias de Liszt para poder ensinar Música. Se trata, pois, de algo distinto: penetrar na natureza íntima da Música e compreender seu rico conteúdo humano."

A Educação Musical é um processo de construção do conhecimento através do qual se aprende a ouvir, escutar, perceber, descobrir, imitar, explorar, expressar, criar, sentir e apreciar a música, esta linguagem universal.

Neste BLOG há o fruto dos momentos de aprendizagem, descobertas, vivências, jogos e atividades musicais desenvolvidas nas aulas. Ele é um registro que fizemos questão de fazer para eternizar nossos momentos singulares de troca, entrega, lapidação e muito afeto. Vejam as postagens com esta percepção!

Educar musicalmente é contribuir para o desenvolvimento global do ser, e a Música é uma área do conhecimento que se constitui em ferramenta poderosa para atingir as mentes e os corações.

É assim que crê o Núcleo de Arte Grande Otelo.

Texto da profª Mônica Coropos (Direção)

Postado por Imaculada

NOVAS OFICINAS! AGORA TEMOS AULAS DE DANÇA!


VAMOS DANÇAR?
*

Olá! Nosso Núcleo de Artes, inaugurado ano passado, não oferecia ainda todas as linguagens artísticas. Aos poucos, fomos montando as oficinas...

Para este ano, já está mais do que confirmado: teremos oficinas de dança! As professoras Késia e Juliana amaram nosso Núcleo e agora não veem a hora de começar suas oficinas! Inscrevam-se!

Em breve, anunciaremos também as oficinas de teatro e novas modalidades musicais que estão chegando...
Fiquem atentos! :)




Postado por Imaculada

O QUE SÃO NÚCLEOS DE ARTES? E COMO SE ESTRUTURAM?


Os Núcleos de Arte são Unidades Educacionais, supervisionadas pelo Programa de Extensão Educacional, que atendem prioritariamente alunos matriculados na Rede, oferecendo oficinas em diversas Linguagens da Arte.

O objetivo do Programa Núcleo de Arte é aprofundar os conhecimentos em Arte, além de levar o aluno a vivenciar e se apropriar dos processos criativos.

É também proposta dos Núcleos de Arte a visita a espaços culturais e/ou artísticos da cidade como forma de interação entre o fazer e o apreciar a obra de arte, trabalhando dessa forma, um aspecto importante para nosso aluno – a formação de platéia.

Os Núcleos de Arte atuam como pólos em diferentes pontos da Cidade do Rio de Janeiro e atendem aos alunos das escolas da Rede, dando oportunidade a uma interação sócio-cultural entre comunidades diversas.

São oferecidas oficinas nas seguintes linguagens:
Arte Literária
Artes Visuais
Dança
Música
Teatro
Vídeo

As oficinas estão estruturadas nos seguintes módulos:

MÓDULO BÁSICO: Para alunos que estão chegando pela primeira vez no Núcleo. É o módulo de alfabetização na linguagem da Arte escolhida.

MÓDULO DE CONTINUIDADE: Para alunos que já freqüentaram alguma oficina de Arte no Módulo Básico dos Núcleos.

MÓDULO DE MONTAGEM: Para alunos que têm ou já tiveram alguma experiência. Este módulo propõe um oficina multidisciplinar em que três ou mais professores de diferentes linguagens se reúnem, com o objetivo de vivenciar com intensidade os processos criativos,
apresentar um produto artístico de qualidade, desmistificando a dicotomia processo x produtos.


NOTA

(1) Projetos e programas da SME-RJ http://www.rio.rj.gov.br/sme/projprog/programas/nucleoarte.htm Texto enviado pelo professor Jabim Nunes.

(2) Obra de Leda Catunda

Artigo enviado pelo prof. Jabim por e-mail

Postado por Imaculada

domingo, 21 de fevereiro de 2010

BEM-VINDA, RUTH!



Olá! Temos mais uma colega na equipe! Ruth tomou posse esta sexta (19/02/2010) como adjunta de Mônica Coropos na direção de nosso Núcleo de Artes! Luciana Lima, antecessora de Ruth, cursará este ano o Doutorado e dará aulas na Universidade! Ela ainda continua conosco com seu excelente trabalho nas oficinas de desenho artístico e inclusão de mídias digitais! Parabéns a todas vocês! Nosso Núcleo só tem a ganhar! :)

OLHEM QUE VÍDEO LEGAL!

AS IMAGENS FALAM POR SI SÓ! :)








Publicado por Imaculada Conceição

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A ALEGRIA DA DANÇA!

"A dança é, sem dúvida, uma das linguagens mais significativas das expressões humanas. Ela pulsa o samba, o bumba-meu-boi, o maracatu, o frevo, o afoxé, o baião, o xote, o xaxado, o funk, o rap, o hip-hop, as danças de salão, as danças eruditas, o jazz , a clássica, a moderna e a contemporânea. Além de Integrar, ajuda na formação crítica e consciente, amplia vivências e faz dialogar no processo criativo, estético e sócio-cultural. Dançar faz bem. Quem dança é mais feliz. Eu amo dançar! Pratique dança. Dê o primeiro passo e ofereça a você mesmo uma oportunidade de descobrir os segredos do corpo que se move!"
(texto de Jabim Nunes)





DEUS APRISIONADO

A Dança", 1910. Óleo sobre tela, 260 x 391 cm. Museu do Ermitage


POR: Cida Almeida / Goiânia, GO 11/2/2007 (1)


Impossível de tintas
A criação desvairada pede
Um teto todo seu
E ele CRIA.

Uma abóbada celeste
Flutua sobre a cama paralítica
Com o cheiro de tinta fresca
Asfixiando os alvéolos da alma.

A criação exige forças ocultas
Ele prende a respiração
E as mobiliza desde o inferno
Da dor de não existir em cores
E formas.

Ele reinventa o céu
Das impossibilidades a criação
Mina tintas imaginárias
Que escorrem das terminações nervosas
Dos dedos hábeis que habitaram
O fundo de um olho mágico
Que só ele sabe tocar
Com tamanha delicadeza.

Dedos e olhos e alma
No frenesi de um desenho etéreo
Acordando em cores para a luz
Perfeita de Deus
Aprisionado
(Extasiado!)
No momento gênese da tela.

Genial o menino que ele fabrica
No mais profundo da dor
De não ser Deus.

Mas ainda tem o poder do encantamento
De uma fúria primitiva
E faz da cama paralítica
Um berço esplêndido.

E reinventa a brincadeira de pintar
Com o prazer de um menino
Completo em artimanhas
Ele esquece as cores luminosas
A sensualidade de suas tintas
E as combinações impulsivas
Na alquimia da paleta.

E dá um salto:
E quem disse que só se pinta com tinta?
(E quem me diria que só se escreve com palavras?).
O pincel domesticado assume a forma
De tesoura mágica
E o balé da criação continua
Divertido e essencial
Picotando papéis coloridos
O menino volta às telas
E estende a alma
Para uma arte que cola
Um riso satisfeito
Na cara da vida
E dança com alegria.

Enquanto Deus contempla
E diz: Bom, muito bom!

NOTA

(1) O link da poesia foi enviado poe e-mail pelo prof. Jabim Nunes. http://www.overmundo.com.br/banco/quero-brincar-em-verso-e-prosa-no-jardim-de-matisse



Postado por Imaculada

Entrevista Ana Mae Barbosa



Ana Mae Barbosa é a principal referência no Brasil para o ensino da arte nas escolas. Professora aposentada da USP, acredita que a arte estimula a construção e a cognição das crianças e adolescentes, ajudando a desenvolver outras áreas de conhecimento. Em entrevista exclusiva à Carta Maior, Ana Mae Barbosa falou sobre a importância do ensino da arte nas escolas e sobre as dificuldades de implantar essas idéias.



Acabou caindo na “vala comum” da época e foi estudar Direito. Para pagar os estudos, teve que partir para o ensino. As únicas profissões aceitáveis eram ser professora ou casar, disse. Odiava aquilo. Odiava o ambiente repressor das salas de aula. Por ironia, foi em um cursinho para concurso de professora primária que conheceu Paulo Freire. Na primeira aula, o tema da redação era por que eu quero ser professora?. Ana Mae escreveu o que sentia, que odiava educação. No entanto, apenas quatro horas de conversa com o mestre foram suficientes para destruir todos os seus preconceitos. Só então compreendi que educação não era aquilo que eu tive. Eu passei por um processo de abafamento e moldagem. Mas ele me ensinou que a Educação poderia ser libertadora.

E Ana Mae transferiu aquele sentimento o para a arte-educação, na Escolinha de Artes de Recife. Mudou-se para São Paulo para fugir da ditadura militar. Foi para os Estados Unidos, fazer mestrado e voltou como a primeira doutora brasileira em arte-educação e comandou as pesquisas sobre o tema na Escola de Comunicações e Artes da USP.

Criadora da teoria da abordagem triangular, a arte-educadora entende a necessidade da existência de educadores atualizados, artistas e acesso aos trabalhos contemporâneos para que os estudantes consigam atingir o máximo do desenvolvimento do conhecimento. Em entrevista exclusiva à Carta Maior, Ana Mae Barbosa falou sobre a importância do ensino da arte nas escolas e sobre as dificuldades de implantar essas idéias.

CARTA MAIOR – Existe um debate hoje sobre a obrigatoriedade da existência de artistas práticos especialistas nas escolas. Esse seria um grande passo para a Arte-Educação?

ANA MAE BARBOSA- O artista não necessariamente é um bom pr
ofessor. Existe um estudo que defende ter ao lado de um artista um arte-educador trabalhando junto. Um profissional que conheça as fases de desenvolvimento da criança. Um arte-educador tem o preparo, conhece as fases de desenvolvimento e construção plástica da criança. É necessário que entenda as fases de recepção da obra de arte; entenda como articula o desenvolvimento social e cognitivo da criança. Por isso, eu defendo a presença dos dois profissionais ao lado das crianças. Os melhores projetos de arte-educação do mundo atuam dessa forma. Teve um projeto fantástico na Bahia, chamado Quietude da Terra. Uma curadora canadense veio ao Brasil e convidou vários artistas internacionais importantes. Eles trabalharam juntos com arte-educadores juntamente com crianças de rua de Salvador e atingiram um resultado excelente.



CM - Mas isso é factível para a realidade estrutural da educação?

AMB - Eu estou cansada dessa conversa de que custa caro. Custa caro colocar os menores na Febem. Um país que gasta mais dinheiro com prisão do que com educação tem que mudar. É factível. Acontece que, em países como a Inglaterra, Portugal e Canadá eles estão atentos a isso e defendem a Arte na Educação. Eles fazem o trabalho em conjunto do professor com o artista. É preciso aliar esse trabalho. O contato do artista é importante para provocar e trazer os debates contemporâneos para as salas de aula, abrindo os olhos para diferentes codificações.

Eu organizei recentemente um livro Arte-Educação Contemporânea Editora Cortês que tem um artigo que trata de um colégio no Canadá com artistas e arte-educadores. Já temos os arte-educadores nas escolas, agora é preciso criar projetos para que coloquemos artistas, das diversas áreas, nas instituições de ensino. O grande problema é que no Canadá eles têm um grande respeito à multiculturalidade. Eles fazem questão de mostrar os diversos códigos, como o dos africanos, o indígena. Isso é magnífico. No livro, eles colocaram também umas fotos que mostram a variedade de expressões.

CM - Mas a falta de investimentos no Brasil reflete-se apenas na ausência dos artistas dentro das escolas ou estende-se também à questão da capacitação?


AMB - Não é capacitação, o problema é a atualização. Qualquer professor precisa estar atualizado. Eu não concebo um professor que não procure, em um ano inteiro, um curso, uma conferência, ao menos para trocar idéias. A atualização deve, então, ser permanente e não algo esporádico como esta tal capacitação!

Há uma coisa meio perversa nos que chamam isso de capacitação. O professor é capaz. Atualização significa que o professor é capaz, está formado, e se ele não se atualiza constantemente será apenas um repetidor de formas e apostilas que nenhuma capacitação vai resolver. Eu acho que o investimento primeiro deve ser destinado à atualização constante. Uma coisa perversa que a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo fez foi achar que o que eles chamam de capacitação fosse feito apenas nas escolas. Eles pensam que os professores que saem para cursos tendem a voltar decepcionados para a escola, por não conseguirem depois programar aquilo que aprenderam. Então os professores ficariam desmotivados. Essa não é a minha experiência. Em todos os casos que conheço, os professores vão e voltam com um empenho tremendo.



CM – Então, explique para nós e para o leitor: por que é importante ter isso tudo na escola?

AMB - Para trabalhar construção e cognição. Na construção da Arte utilizamos todos os processos mentais envolvidos na cognição. Existem pesquisas que apontam que a Arte desenvolve a capacidade cognitiva da criança e do adolescente de maneira que ele possa ser melhor aluno em outras disciplinas. A música desenvolve diversos processos cognitivos, comparando, organizando, selecionando. Em Arte, opera-se com todos os processos da atividade de conhecer. Não só com os níveis racionais, mas com os afetivos e emocionais. As outras áreas também não afastam isso, mas a Arte salienta ou dá mais espaço. Para desenvolver a criatividade em ciência, a criança tem que ter certo QI racional. Para desenvolver através da Arte, a necessidade de QI é muito menor. Significa que ele procura outros caminhos cognitivos. Eu acho que, em primeiro lugar, a função da Arte na Educação é essa, desenvolver as diferentes inteligências.

Isso fica patente com o exemplo dos Estados Unidos, onde existe um teste equivalente ao Enem - aliás, o Enem é cópia do deles. Eles pesquisaram quais os currículos dos alunos que mais se destacaram no teste, nos anos 90. Todos eles haviam tido no mínimo dois cursos de artes. Lembre-se de que, lá, eles escolhem o currículo. Só aqui que currículo é igual à receita médica. Mas isso não era suficiente. Além disso, é preciso desenvolver o país culturalmente. Arte é uma fatia enorme da produção humana. E com uma vantagem imensa de rever cada época. Diferente do fato, o objeto arte permanece para ser revisto, relido ou reconcebido. Isso é essencial: operar no mundo com conhecimento.

CM - E quais são as políticas públicas que existem para garantir isso?


AMB - Não há políticas públicas. Uma das minhas grandes decepções com o atual Ministério da Educação é o silêncio absoluto sobre Arte-Educação, sobre a função da Arte. E, no ministério anterior, só se pensou em normatizar, parâmetros mínimos. O que é a mesma coisa. Não serve para nada, não funciona.


CM - Por que não funciona?


AMB - Se formos analisar o que aconteceu em outros países, percebe-se que eles voltaram para trás. Não deu certo na Espanha, e eles importaram um espanhol para desenhar o currículo que temos hoje. No lado que conhecemos e que chamamos de Ocidente, o melhor exemplo é o do Canadá. Eles se recusaram completamente a ter um currículo nacional. É puro desejo de controle das instituições. O interessante é que, quando surgiu essa reforma, eu me posicionei contra, fizemos todo um movimento. Aí eu fui até a Argentina e lá tinha um movimen

to imenso. Pois lá também estava acontecendo a mesma coisa. E o espanhol que ela

borou o currículo nada mais fez do que oferecer desenho para colorir: ele tinha o contorno de tudo e chamava as universidades hegemônicas para colorir em cada país. Aqui eles escolheram a Universidade de São Paulo. No Chile, foi a Católica. Na Argentina, foi a de Buenos Aires. Mas lá tinha um grande problema. A Universidade de Buenos Aires não tinha cursos de Educação. Estava um movimento muito forte. Foi até bom. Eu gritav

a contra e eles aplaudiam. Criei alguns inimigos. Mas, no fim, aconteceu o que prevíamos, não deu certo. Depois sobrou um vácuo...



Créditos:

Foto 1 - Oficina de Pintura - Professor Jabim

Foto 2 - Oficina de Arte - Professora Luciana